A menos errada

Sempre, desde nossos ancestrais, precisamos de uma explicação para as diversas situações que enfrentamos no dia-a-dia. O que são raios? E os trovões? De vem a água do rio? Porque chove? Por existe uma certa doença? A Terra é oca? O que é aquele vulto que vi? Qual o início de tudo?
As formas de responder a essas perguntas são infinitas, mas temos que escolher uma porque nosso cérebro não consegue ficar quieto enquanto não achar uma solução ou enquanto não achar que está de alguma forma no controle. Podemos dizer que há um sujeito cretino que lança os raios contra a Terra, podemos dizer que aqueles vultos e sombras que vemos são fantasmas, santos ou aliens. Assim formulamos hipóteses, crenças e outros modos de explicar as coisas para satisfazermos nossas dúvidas e medos.
Mas há um ponto crucial: essas hipóteses, crenças e tradições estão sujeitas ao erro humano, a falibilidade, vieses, preconceitos, ganância e autoritarismo. Sem falar no incerto senso comum. Mamãe natureza, sábia como sempre, não segue os nossos preceitos, na verdade, ela sempre está nos surpreendendo, mostrando mais e mais fatos e dados. Ela nos mostra que não podemos compreender tudo, apenas sabermos um pouco mais com o que temos disponível. Então, talvez surja, nos confins de nossa mente, uma dúvida: como sabemos o melhor caminho a seguir? Como sabemos qual explicação está menos sujeita às falhas?
Um bom critério de avaliação seria procurar aquelas explicações que reconhecesse seus erros e estivessem dispostas a ouvir tudo e mudar caso necessário, ou aquelas que tivessem embutidas um sistema de auto-correção de erros. Seria uma análise racional que levaria em conta também o grau de sucesso de tais explicações em fazer previsões.
Nesse caso, não há (pelo menos até agora) nenhum conjunto de explicações que satisfazem esses critérios além da ciência: a história da evolução da ciência nos mostra como ela evoluiu com os erros e como reconheceu esses; a ciência possui um sistema auto-corretivo para evitar que erros passem, toda hipótese e teoria é continuamente testada até o seu ponto de ruptura; e a ciência é a única instituição humana capaz de fazer previsões extremamente precisas, bem como de suportar uma enorme taxa de aplicações (praticamente tudo hoje vem de uma aplicação da ciência).
Ainda no que tange ao sucesso da ciência, um ponto importante é que ela funciona: citando Carl Sagan, se você quiser saber o que deve fazer para ver um eclipse, pode ir aos míticos ou mágicos, ou pode falar com um astrônomo e ele vai lhe dar o local, o dia, a hora e os minutos de inúmeros eclipses de milênios a frente, de extra ainda vai dizer qual tipo de eclipse será; se você contrair anemia perniciosa, pode ir a um curandeiro ou tomar vitamina B12; se quiser evitar que uma criança tenha poliomielite, faça uma oração ou vacine ela; caso tenha pneumonia bacteriana, toque em uma santa ou tome um antibiótico. De fato, os métodos da ciência são muitíssimos mais confiáveis.
Nós podemos confiar nela muitas vezes sem compreender totalmente, tomemos como exemplo o que foi citado pelo já mencionado grande divulgador, Carl Sagan: a física quântica. Poucos a conhecem realmente, apenas alguns físicos (e poucos os conhecem também), para compreender a física quântica é preciso um grande arcabouço matemático de anos tanto no ensino fundamental e médio como no ensino superior, mais a parte física, os experimentos e outras coisas. Mas, diferente de misticismo e pseudociências, podemos confiar nela mesmo sem nos preocuparmos em entender totalmente porque vemos os seus efeitos: as telas de LED e LCD usam os conceitos previstos pela física quântica, os processadores do computador funcionam com propriedades descobertas com a física quântica e podemos fazer diagnósticos mais precisos sem abrir os corpos dos pacientes por meio das aplicações da física quântica.
A ciência não se acha a dona verdade, ao contrário está aberta a novas ideias, mas um ponto importante é que todas as ideias passam por um forte e pesado exame até serem consideradas plausíveis. E mesmo depois, as ideias continuam sendo atacadas sem piedade. Constantemente os cientistas estão forçando as teorias até seu ponto de quebra, sempre duvidando e atacando-as. Assim aconteceu com as teorias de newton e assim acontece com a relatividade geral. Com a evolução é o mesmo.
Muitas vezes vejo as pessoas falando: "É só uma teoria". Elas tratam as teorias científicas como meras hipóteses. Mas, na verdade, uma teoria é uma hipótese que formulamos para explicar os fatos tanto de observações de fenômenos naturais quanto experimentos (note que não seguimos o costume das pessoas que, nas palavras de Sherlock Homes, inconscientemente torcem os fatos para acomodar as teorias em vez das teorias se encaixarem com os fatos). Selecionamos então aquelas que melhor se encaixam com os fatos. Entretanto, aqui vem a diferença entra a ciência e os outros métodos de explicação: pensamos então como refutar tal teoria, observamos sua capacidade de previsão e de abarcar novos fatos. Ainda mais, essas hipóteses e testes precisam poder ser refeitos ou disponíveis para constatação de todos.
Uma teoria científica precisa ser publica em uma revista especializada, precisa passar por revisão, além de comportar os dados de várias experiências. Mais ainda, talvez tenha notado, as teorias científicas são falseáveis, ou seja, tem como ser testada ou como ser posta à prova diferentemente de Deus, fantasmas ou coisas do tipo. Além disso, caso seja provado por meio de publicação e testes rigorosos que uma determinada teoria está errada, os cientistas mudam de ideia, reformulam a teoria ou, se preciso, mudam para outra. Pergunte a um cientista o que é preciso mostrar para que ele desacredite na evolução, por exemplo, e ele vai talvez lhe dizer que um fóssil humano (ou um osso qualquer) datado de 3.5 Bilhões de anos. Faça o mesmo tipo de pergunta para um criacionista, um místico, um curandeiro ou um homeopata.
De fato, a ciência nos convida para analisar seus métodos e explicações de perto para vermos e questiona-los, diferente de outros sistemas que mantêm as coisas como sagradas e místicas. A ciência não é a correta, mas é a forma menos errada de explicarmos as coisas. E de longe, é o melhor.
O objetivo deste blog é tentar fazer exatamente isso, mostrar as pessoas como a ciência funciona, mostrar seus métodos e duvidar mesmo das teorias para ver se elas sobrevivem aos testes.

Resumi muita coisa nesse texto, gostaria de me estender mais. No entanto, é possível que faremos isso nos textos posteriores.

Nada além de um ponto

Esse pequeno ponto azul, indicado pela seta, é nosso pequeno planeta Terra. É nesse pequeno ponto que estão nossas famílias, colegas e amigos, ou irmãos e irmãs, de escola ou de outros lugares, estão nossos amores, paixões, que fizeram(ou fazem) nosso coração bater mais forte só de pensar neles. Nesse ponto, estão nossos heróis, jogadores favoritos, lutadores, pessoas que inspiram, bem como pessoas a quem devemos nossas vidas, mas nem conhecemos. Também estão os outros seres que dividem esse pequeno ponto conosco.
Tudo nesse ponto frágil, indefeso, solitário. Por isso, por favor, respeitem-se uns aos outros, independentemente de gênero, orientação sexual, religiosa, cor da pele, capital, idade etc. Respeitem a nossa generosa mãe Terra, não desperdiçando seus recursos que ela dá com tanto sacrifício, não sujando mares, rios, florestas, sem exceção. Respeitem os nossos companheiros de outras espécies também, seja animal, vegetal, etc. Tanto pela criação como pela evolução, lembrem-se, somos todos irmãos. Não há seres "superiores".
A Terra é nosso único lar até agora, onde podemos sentir um bom vento, olhar o por-do-sol, também ver ele nascer, e vai permanecer assim por muito tempo. Por isso, cuidem dela, cuidem uns dos outros. Pensem, critiquem, ouçam, aprendam para que possamos viver e conviver melhor.
A Terra é a obra mais maravilhosa do sistema solar, reunindo todos os requisitos para que pudéssemos ter uma vida com prazer incluindo belas vistas, companhia agradável, entre outras coisas.
Estamos todos juntos nessa viagem, TODOS no mesmo "barco". Sorrindo, chorando, brincando, amando, abraçando, beijando (alguns ainda não fizeram isso!). Afinal, somos todos humanos, somos todos vivos.